quarta-feira, 7 de março de 2012

Coisas de São Tomé - 2


O meu avô Pedro Pereira era um homem muito estudado e gostava muito de ler, adquiria muitos livros, mas também gostava muito das conversas com o povo da terra, de suas fantasias. E lá em São Tomé tinha um senhor chamado "Tomas Cabé", que era conhecido como um homem que fantasiava muito e mentia muito também. Meu pai me contou uma estorinha, assim como Araken também confirmou a mesma. Contaram-me que Tomás Cabé contou a vovô Pedro uma caçada pelas matas no Canapú.
- "Seu Pedro eu tava caçando já perto do Canapú, e não tinha matado nada. Quando de repente escutei um rosnar de uma onça, mas era longe. Mas continuei a minha caça. De repente escutei outro vindo de outra direção, mas agora mais perto. Depois a outra já rosnou mais perto. Então resolvi voltar, mas só que comecei a escutar o "torado" dos galhos, como se elas tivessem correndo atras de mim. Apressei o passo, mas parece que elas já estavam no meu calcanhar, já perto do riacho do bode, ai eu vi um "pé" de mororó grande que tinha e subi, quando olhei prá baixo, as duas estavam lá embaixo e fui subindo, quando olhei prá cima tinha mais duas".
Ai vovô Pedro que estava envolvido na estória perguntou:
-"E ai o que foi que elas fizeram?"
E a resposta veio sem titubear:
-"ELAS ME ENGOLIRAM"

Muitos anos depois, meu pai foi a uma viagem a Recife, e nos artesanatos locais encontrou uma "estátua" com um caçador no meio de uma arvore com duas onças embaixo e duas em cima. Ai meu pai perguntou de onde o artesão tinha conhecimento dessa estória, então o senhor falou que é uma estória do Rio Grande do Norte. Eu acho que vovô deve ter contado a alguém quando de suas viagens a Recife, já que ele foi cronista de um jornal do Recife. Infelizmente

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